LEXICON |
A POSTERIORI
No princípio era treva.
Alma que se rebela
Contra um céu que se encobre.
E Judas foi o mau
Na novela de Cristo
Para embarcarmos na ideia
De outro metal mais nobre.O mal foi um Ulisses
Com medo das sereias.
O que seria o mundo
Se ele as tivesse ouvido?
Talvez saísse um cuco
Do relógio das veias
Anunciando ao mundo
Que Deus tinha nascido.(Natália Correia - Poesia Completa, p. 221)
Segundo Kant, são a priori os elementos do conhecimento (intuições, conceitos, juízos) independentes da experiência. Assim, por exemplo, a proposição "todos os corpos são extensos" é uma afirmação necessária e universalmente verdadeira (os juízos a priori são universais e necessários), existam corpos ou não; é uma verdade que não depende da experiência. O conhecimento é a posteriori quando só é possível através da experiência.
||| A priori não significa inato. Kant rejeitou
resolutamente todo o conhecimento inato.
||| Ver o texto Kant: apriorismo e
criticismo
Ver também
||| | Interrupção Voluntária da Gravidez |
||| | Texto de Sagan sobre o tema e o texto Os critérios biológicos da presença de uma pessoa humana (onde se discute a questão de saber quando, na vida de um embrião, se inicia a vida humana -- e se liga essa questão à do aborto) |
||| | Em Um paradigma filosófico -- o método adversarial, Janice Moulton refere Uma Defesa do Aborto, de Judith Thomson, como uma obra exemplar do paradigma adversarial e analisa, sob essa perspectiva, a sua posição sobre o aborto |
||| | O texto Os Bebés-Proveta e a filosofia analisa vários problemas ligados com a Bioética, nomeadamente, o aborto |
||| | Notícia do julgamento, em Portugal, de 17 mulheres acusadas da prática de aborto ilegal [aqui] |
||| 25 de Abril: O Canto comemorou, em 1999, os 25 anos do movimento militar que em Portugal derrubou o regime ditatorial, publicando um poema de José Carlos Ary dos Santos: As Portas que Abril Abriu; em 2000, com 4 poemas sob o título comum A cor da liberdade; e em 2001, com o texto 25 de Abril, uma revolução? Uma das senhas utilizadas pelo movimento foi a canção Grândola Vila Morena do cantor José Afonso.
Ver Conhecimento.
Ver também Gesto.
No 12º aniversário da sua morte, O Canto prestou-lhe uma singela
homenagem, recordando uma bailia por ele
musicada: a bailia de
Airas Nunes [álbum Contos Velhos Rumos Novos, 1969].
Uma cena (de leitura silenciosa) descrita nas suas Confissões sugeriu
um texto sobre leitura
silenciosa/leitura em voz alta, com cuja publicação o Canto
comemorou o Dia
Mundial do Livro (em 23/4/2002).
O Canto tem
uma... malide/icência sobre
Santo Agostinho.
Ver também Sadismo e o
texto A
Guerra [a guerra fundamentada a partir de certos instintos,
como a agressividade].
Em Um paradigma
filosófico -- o método adversarial, Janice Moulton investiga (analisando
os diferentes modos de se ligar o conceito a ambos os sexos humanos) e critica
um modelo de metodologia filosófica que valoriza positivamente e usa o
comportamento agressivo como paradigma na argumentação
filosófica.
Ver também Amor, Corpo, Destino e Imortalidade.
No seu diálogo
O
Fédon, Platão recorda os últimos momentos de Sócrates.
Este vai abordar com os seus discípulos o problema da imortalidade
da alma. A filosofia
aparece como uma aprendizagem da morte. Em O Fédon de
Platão a aluna Ana Raquel analisa criticamente as teses defendidas neste
diálogo.
O verbete Feminino
(e a propósito da problemática distinção masculino/feminino) tem uma citação
da actriz Antonia San Juan, que participa no filme Tudo Sobre a Minha
Mãe.
Afirmando que o amor é a principal motivação da filosofia
(O Banquete), Platão descobre o lugar central deste conceito. Mas convém
distinguir cuidadosamente o amor egoísta e possessivo que persegue o outro
como um objecto a devorar ("o amante ama o amado como o lobo ama o cordeiro",
escreve Platão) e o amor autêntico que liberta do sofrimento e do desejo e
conduz a alma ao banquete
divino. Pois o amor verdadeiro – rapidamente saciado pelos alimentos sensíveis
– só pode ser satisfeito pela contemplação, para além do belo, do verdadeiro e
do bem. A
tradição filosófica retomará de um modo geral esta oposição entre o
amor-paixão (egoísta) e o amor-acção (altruísta), desde os estóicos
que condenam sem apelo o amor-paixão, a Kant que demonstra que só o "amor
prático" é moralmente aceitável, enquanto o "amor patológico" (impossível de
controlar) é desatino e desprezo pelo outro. Todavia é possível pôr em causa
esta dicotomia e defender "que existe entre a consciência moral e a
consciência amorosa uma afinidade secreta" (Alain Finkiekraut, La Sagesse de
l’amour)".
(Dicionário
Prático de Filosofia)
||| | Um conjunto de páginas sob o tema comum Maio é mês do coração aborda a problemática do amor. A última (Coração e razão) relaciona amor, poesia e sabedoria. |
||| |
Leia ainda n'O Canto:
|
||| | Citaçoes: o amor é "o reino do engano e do mal-entendido" (Teresa, a Filósofa de Fernando Savater). |
O texto (em formato Word) As correntes
da Filosofia no século XX enquadra (com caracterização sumária) a
Filosofia analítica num conjunto de outras correntes filosóficas do século XX,
nomeadamente, o Positivismo
Lógico, a Fenomenologia,
a Escola de
Frankfurt, a Filosofia das
ciências, o Estruturalismo/descontrutivismo,
a Filosofia
do espírito e a Filosofia
moral.
Ver ainda o texto Filosofia
da Idade Contemporânea: "para a corrente analítica, a filosofia não tem
por objecto a realidade, mas a
análise da linguagem
acerca da realidade, quer se trate da linguagem ordinária ou comum, ou da
linguagem científica acerca da realidade".
Ver ainda: O dossier Elogio da
angústia da revista magazine littéraire.
Na rubrica Alguns modelos explicativos do conhecimento da unidade O
Conhecer e o Ser do programa do 11º ano de Introdução à Filosofia (ano
lectivo 2001/02) são considerados o racionalismo,
o empirismo e
o apriorismo [a referida rubrica está aqui].
||| | "A lógica estuda a validade da argumentação. Por "argumentar" não se pode entender, como acontece em muitos manuais, uma coisa oposta à demonstração. O termo engloba tudo aquilo onde a questão da validade está em questão. Estuda, portanto a validade de tudo a que chamamos provas, demonstrações, justificações, defesa de ideias e semelhante" (Júlio Sameiro in A lógica filosófica). |
||| | Em Um paradigma filosófico -- o método adversarial, Janice Moulton investiga e critica um modelo de metodologia filosófica que valoriza positivamente e usa o comportamento agressivo como paradigma na argumentação filosófica."O paradigma adversarial aceita apenas o tipo de argumentação cujo objectivo é convencer um oponente." Ao propor alternativas, recorda que a experiência pode ser um elemento necessário em certos processos argumentativos. |
||| | La Salette Loureiro recomenda o site Rhétorique -- un site pour apprendre les rudiments de l'argumentation et s'y exercer -- um "sítio onde se aprende o que é a argumentação e como se argumenta, através de explicações, exemplos e exercícios práticos com correcção disponível em rede e possibilidade de contactar com o professor." |
||| | Argumentação e comunicação é o título de uma das rubricas da unidade lógica argumentativa do actual programa (ano lectivo de 2001/02) de Introdução à Filosofia do 11º ano. |
||| "Algumas pessoas pensam que argumentar é apenas expor
os seus preconceitos de uma forma nova. É por isso que muita gente considera
que argumentar é desagradável e inútil, confundindo argumentar com discutir.
Dizemos por vezes que discutir é uma espécie de luta verbal. Contudo,
argumentar não é nada disso.
Neste Iivro "argumentar" quer dizer
oferecer um conjunto de razões a favor de uma conclusão ou oferecer dados
favoráveis a uma conclusão. Neste livro argumentar não é apenas a
afirrnação de determinado ponto de vista nem uma discussão. Os argumentos são
tentativas de sustentar certos pontos de vista com razões. Neste
sentido, os argumentos não são inúteis; na verdade, são essenciais." (Anthony
Weston - A arte de argumentar, p. 13)
||| Na conferência Potenciar a razão, Fernando Savater defende a necessidade (e a razão como capacidade) de argumentar as opiniões -- e de persuadir com e ser persuadido por argumentos.
||| Raciocínio: analogia, indução e dedução é o título
de uma das rubricas da unidade
lógico-argumentativa do actual programa (ano lectivo de 2001/02) de
Introdução à Filosofia do 11º ano.
||| Ver
Destino e os
textos A
Guerra e Ciência
e lei natural (o movimento
segundo Aristóteles)
No texto A
Matemática à luz de Conceitos
Fundamentais da Matemática de Bento Jesus Caraça Arquimedes é
apresentado como um cientista com perspectivas que não se enquadram na
filosofia da época, contraposto a Platão e a Aristóteles.
Ver o verbete Técnica.
|||
Arte e técnica: ver verbete Técnica.
||| A arte é reinvenção (virtual) do
real -- e não
o seu duplo: veja-se o exemplo da fotografia.
||| Aproveitando a análise
do escândalo artístico que foi a estreia
do bailado A Sagração da Primavera de Stravinsky, Gino Stefani
analisa alguns dos caracteres dos escândalos culturais/artísticos [no texto O escândalo
de Stravinsky].
|||
Ler, no livro Conferências
de Filosofia, o capítulo O apagamento das
fronteiras da arte a tarefa da estética.
||| Ler ainda, na internet: Autonomía de la Obra de
Arte en Martin Heidegger (em castelhano)
Sobre o significado deste conceito para Piaget, ver o texto Perspectiva psicogenética da actividade cognitiva.
Os estóicos identificam a ataraxia com a apatia, isto é, a serenidade intelectual, o domínio de si, o estado da alma que se tornou estranha às desordens das paixões e insensível à dor, rejeitando a procura da felicidade; já que as "coisas" não podem ser de outro modo, o mais sensato é acomodarmo-nos.
Os cépticos e os epicuristas procuram o mesmo através da ataraxia, atitude que, sem renunciar à amizade, à compaixão, ao prazer ou à dor, não permite a perda do equilíbrio espiritual. Epicuro entende que se chega à felicidade pelo prazer, mas, porque alguns prazeres se revelam nefastos, é necessário fazer uma "triagem", rejeitando aqueles que não são naturais ou não são necessários à nossa paz: o prazer é, então, ausência de perturbações passionais da alma -- a ataraxia. O homem sem paixões é o que é/está em si e para si: "estar fora de si" (o homem colérico, diz-se, é o que está fora de si) é a expressão que traduz o estado contrário à ataraxia.
||| A propósito...: 1) "Uma vida sem festas é uma longa estrada sem hospedagens" (Demócrito); 2) "Sábio é aquele que não se aflige com o que lhe falta e se satisfaz com o que possui" (Demócrito); 3) "Quando nos bastamos a nós mesmos, alcançamos a posse desse bem inestimável que é a liberdade" (Epicuro).
Ver também Agnosticismo,
Morte de
Deus.
(101)
livros sobre o ateísmo.
Manuela Pires da Fonseca, autora de uma recensão de História íntima
da humanidade (uma das 101 obras), acha "um exagero" a inclusão na lista
deste livro e de outros "que só são ateus por omissão do divino (por
default, quero eu dizer)". No seu lugar colocaria O conhecimento dos
anjos.
Ver também Edith Stein.
Vamos, repete:
Diz sim ao mestre,
o mestre já te disse para
pores a pinta no i.
Ele é o mestre.
E o m,
desta vez sem maiúscula,
importante, lembra-te, vírgula.
Tu
estás na Terra, um e e dois rr,
para te submeteres. A
quem?
Ao mestre, c'os diabos
ou para te calares, cala-te.
Cuidado com os dedos e
ponto final, meu menino,
atenção à tua nota.
Repete: Diz sim ao mestre...
Diz sim ao mestre...
A verdade ensina-a ele nos seus ditados.
Escutem,
respeitem o mestre.
Ele tem... ele sabe, ele pensa
logo seguimo-lo,
invejamo-lo,
porque ele é o mestre.
Ele sabe tudo, ele pensa por nós.
É o guardião seguro da nossa cultura.
Nós somos imbecis
ele é o
evangelho.
Filhinho, é preciso escutá-lo,
se não, onde vamos parar?
Repete: Diz sim ao mestre...
(Michel Fugain)
Ver Dúvida.
[Actualização a 03/06/28]
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