LEXICON |
"(...) enquanto A. de Campos
pensa, A. Caeiro vê e F. Pessoa ele-mesmo é o espectador e comentador lírico
de todo este drama metafísico." (Fernando Pessoa:
Poesia e Metafísica).
"(...) enquanto A. de Campos pensa, A. Caeiro vê e
F. Pessoa ele-mesmo é o espectador e comentador lírico de todo este drama
metafísico." (Fernando Pessoa:
Poesia e Metafísica).
Cantigas de amigo: a expressão Cantigas de Amigo abrange um grande número de composições diversas, que têm de comum o facto de "serem postas na boca de uma mulher -- não da mulher já subordinada às suas obrigações matrimoniais, mas da donzela, da menina em cabelo" (A. J. Costa Pimpão - História da Literatura Portuguesa, I). De molde paralelístico e inspiração fluente, são fundamentalmente tradicionais (Vitorino Nemésio - Lírica Galaico-Portuguesa). As suas variedades principais são a alba ou alvorada, a barcarola ou marinha, a bailia ou bailada e a cantiga de romaria.
Cultas e corteses, as cantigas de amor, inspiradas, no fundo e na forma, na provençal cansó occitânica, exprimem lirismo amoroso masculino: enquanto nas cantigas de amigo é a mulher que abre o coração, nas cantigas de amor o poeta desfia as "coitas" de amor pela dama cortejada falando em seu próprio nome. Abrangem as cantigas de mestria (sem refrão, obras de mestre, sempre perfeitas, submetidas a determinados formalismos estilísticos), as cantigas de refrão (cantigas com estribilho típico das cantigas de amigo) e desacordos (cantigas com irregularidade na medida dos versos. Exprimem conflitos de amor) (Alexandre Costa - Questões sobre a História da Literatura Portuguesa).
As cantigas de escárnio (ridicularizavam alguém com palavras simuladas) e maldizer (ridicularizavam alguém com palavras claras e directamente ofensivas) oferecem-nos variado conteúdo satírico, que vai da polémica social ao ultraje pessoalizado, da sátira literária à política e de costumes, com incursões no campo do obsceno.
Era uma vez
Uma fábula famosa,
Alimentícia
E moralizadora,
Que, em verso e
prosa,
Toda a gente
Inteligente,
Prudente
E sabedora
Repetia
Aos filhos,
Aos
netos
E aos bisnetos,
À base duns insectos,
De que não vale a pena fixar o nome.
A fábula garantia
Que quem cantava morria
De fome.
E,
realmente...
Simplesmente,
Enquanto a fábula
contava,
Um demónio secreto segredava
Ao ouvido
secreto
De cada criatura
Que quem não cantava
Morria de fartura.
(Miguel Torga - Antologia Poética)
Ver no verbete Narciso
(tamanho reduzido) ou na página
Narciso (tamanho maior) uma reprodução da sua obra Narciso na
Fonte.
Ver casais
homossexuais.
||| No texto O sentido da vida, Fernando Savater esclarece o significado do conceito sentido, distinguindo-o de causa.
Cem é uma parte que forma um todo no todo, um microcosmo no macrocosmo, que distingue e individualiza uma pessoa, um grupo, uma realidade qualquer num conjunto. E esta entidade assim individualizada possuirá as suas propriedades distintivas, que lhe darão uma eficácia particular num conjunto mais vasto.
Os múltiplos de cem acrescentam a este principio de individuação as características do multiplicador. Por exemplo, entre os Incas, aquando da festa da Lua (Coya Raími, 22 de Setembro a 22 de Outubro) 400 guerreiros são dispostos na praça quadrada do Templo de Coricanch, à razão de 100 por cada lado. Cada grupo de 100 parte na direcção marcada pelo seu lado isto é, para os quatro pontos cardeais para perseguir as doenças (MEAA). O quatro simboliza a terra; o cem simboliza cada um dos grupos individualizados, que tem de percorrer um dos quatro sectores definidos."
(Dicionário dos Símbolos)
No 2º capítulo de As Perguntas da Vida, Savater analisa as várias posições (e as objecções contra as mesmas) sobre a verdade -- o cepticismo, o relativismo, os defensores da "revelação".
Ver ainda | |
»» | os verbetes (do Lexicon) Montaigne (o qual defende um cepticismo temperado pela fé católica) e ataraxia. |
»» | os textos Filosofia da Idade Contemporânea, O regresso do cepticismo e Descartes e o cepticismo. |
Ver os textos Teresa, a
Filósofa (onde Fernando
Savater analisa a relação entre filosofia e
pornografia/erotismo) e
A
Guerra.
Citadelle. - 22e éd. - Paris: Gallimard, imp. 1948.
Cidadela. - 4ª ed. - Lisboa: Aster, 1978.
Ver o texto O Túmulo de
Saint Exupéry (com que o Canto comemorou o 1º centenário do
nascimento do autor).
||| O conceito de compreensão é uma das noções básicas de lógica incluídas no programa (2001/02) de Introdução à Filosofia do 11º ano (unidade lógico-argumentativa)
Ver texto Da Filosofia à
Ciência.
O texto Filosofia
da Idade Contemporânea aponta a filosofia de Hegel (e as
reacções contra ela -- nomeadamente, a de Comte e do positivismo) como uma das
linhas fundamentais da filosofia
contemporânea.
||| Argumentação e comunicação é o título de uma das
rubricas da unidade lógica
argumentativa do actual programa (ano lectivo de 2001/02) de Introdução à
Filosofia do 11º ano.
||| As formas de
comunicação humana estão a ser mudadas pelo virtual.
||| ...um tema do livro História íntima
da humanidade.
||| Num dos seus capítulos,
o livro A ciência
tal qual se faz analisa o tema A comunicação na ciência.
Ver também Contemporaneidade
(os meios de comunicação no mundo contemporâneo).
A instituição parlamentar
morreu? Foi substituída, no século XX, pelos meios de comunicação? Ver
verbete Democracia.
"Aquilo passa-se numa ilha do Mediterrâneo, em tempos medievais não precisos. Só pela descrição do cenário, sentimo-nos logo em casa! Depois entra em cena um aristocrata vindo não se sabe muito bem de onde, que naufragou e veio dar à costa. O senhor identifica-se, e, quando lhe perguntam pela religião, diz que é ateu. Surpresa geral "Ateu?! Isso não existe!" É então informado de que tem que escolher uma religião, sob pena de ser queimado caso o não faça. A criatura decide permanecer fiel aos seus princípios, e tenta argumentar com o bispo lá do sítio sobre a necessidade de ter que haver um deus. O bispo até era boa pessoa, e deu-lhe um prazo durante o qual ambos argumentariam até que um cedesse. Ora o bispo argumentava que acreditar num deus seria uma coisa inata. Isto é complicado de provar, uma vez que até chegar à idade em que o pessoal começa a questionar estas coisas já foi exposto a ideias, imagens, objectos religiosos. Até que se descobre na ilha uma menina que foi criada por lobos... A vida do aristocrata passa a ficar dependente da resposta duma criatura que tem primeiro que ser domesticada e ensinada a falar longe de qualquer alusão religiosa..."
Designa-se constância da grandeza à resistência à mudança no tamanho de um objecto visualmente percebido, à medida que a imagem retiniana muda em tamanho. Por ex., a imagem (na nossa retina) de uma moeda situada a 30 cm de distância é 4 vezes maior que a uma distância dupla -- e, no entanto, percebe-se a sua grandeza como constante, independentemente da distância.
Constância da forma - a forma do objecto familiar é percebida constante, independentemente do facto de a imagem retiniana projectada por ele variar muito segundo o ângulo por que é vista. Um prato, de acordo com a linha de visão, pode projectar uma imagem oval, ou muitíssimo alongada, por vezes perfeitamente circular; no entanto, percebemos regularmente o prato como redondo.
(ver KENDLER, H. - Introdução à Psicologia, p. 320. Elementos bibliográficos: aqui)
||| Leia ainda o texto Percepções e sensações.
||| Tautologia e contradição é o título de uma das rubricas da unidade lógico-argumentativa do actual programa (ano lectivo de 2001/02) de Introdução à Filosofia do 11º ano.
Ver também: heliocentrismo.
"Tenho uma palavra a
dizer aos que desprezam o corpo. Não lhes peço para mudar de opinião nem de
doutrina, mas desfazerem-se do seu próprio corpo -- o que os tornará
mudos.
'Eu sou corpo e alma' -- assim fala a criança. E por que não
havemos de falar como as crianças?
Mas o homem desperto para a
consaciência e para o conhecimento diz: 'Todo eu sou corpo e nada mais; a alma
é uma palavra que designa uma parte do corpo.'
(...) Quero dizer
uma coisa aos que desprezam o corpo. Aquilo que desprezam é a substância a que
devem respeito."
(NIETZSCHE -
Assim
Falava Zaratustra, p. 31-32) Sobre a concepção
platónica do corpo (e a sua relação com a alma), ver o
trabalho da aluna Ana Raquel O Fédon de
Platão.
Ler ainda um poema de Natália Correia, no verbete A
posteriori. E uma citação no verbete Perdão.
» | Os animais segundo Mia Couto: 2 crónicas em que se ilustra uma das características do escritor: a sua arte de recriar a língua (portuguesa) e, neste caso também, a arte de a (re)pensar a partir da sua "face física" -- o termo. |
» | O verbete destino inclui uma citação de Mia Couto (do romance Terra Sonâmbula). |
Crença e Conhecimento:
ver o Górgias de
Platão.
||| | Sobre a função social da religião/cristianismo (segundo Unamuno) ver o texto San Manuel Bueno, Mártir é também um texto político. (" A religião faz parte da intrahistória da humanidade e o cristianismo faz parte da intrahistória de Espanha)" |
||| | Cristianismo e Liberalismo (secular): a opinião de João Carlos Espada |
||| | "a figura de Nietzsche aparece consubstanciando a mais eficaz crítica ao cristianismo" (Nietzsche, um filósofo actual). Também o Tratado sobre a Tolerância de Voltaire acaba por ser um "julgamento das instituições cristãs". No verbete Tolérance do seu Dictionnaire philosophique (que o Canto reproduz, em francês [ler]), o mesmo Voltaire defende que de todas as religiões, a cristã é sem dúvida a que deve inspirar mais tolerância, embora a prática não tenha sido essa. |
||| | Ver ainda: Milenarismo e Panteísmo (doutrina que, ao contrário do cristianismo, defende a não transcendência de Deus). |
||| | Os estóicos e os primitivos cristãos pensavam que o homem podia realizar o supremo bem que a vida humana é capaz por meio da sua própria vontade, sozinho, ou pelo menos sem outra ajuda humana (do texto O amor) |
|||
Em Nietzsche, um
filósofo actual, J. Costa fundamenta a actualidade de Nietzsche
no facto de ser uma opção contra a cultura (fundamentalmente a Ocidental) do
nosso tempo.
|||
Num dos seus capítulos, o livro A ciência tal qual se
faz analisa o tema Culturas etéreas e culturas materiais.
||| Aproveitando a análise
do escândalo artístico que foi a estreia
do bailado A Sagração da Primavera de Stravinsky, Gino Stefani
analisa alguns dos caracteres dos escândalos culturais/artísticos [no texto O escândalo
de Stravinsky].
[Actualização a
03/02/13]
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